CPI do Crime ouve promotor de SP e diretor de inteligência da PF: esperança para um combate mais eficaz às facções criminosas
Após uma semana de reuniões concorrentes e férias prolongadas, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado retoma seus trabalhos nesta terça-feira, 25 de novembro, com uma agenda importante e promissora. O colegiado, instalado no início de novembro, tem o objetivo de investigar a estruturação, operação e expansão de facções criminosas no Brasil, com um foco especial nos grupos como o PCC e o Comando Vermelho.
A primeira ordem do dia é ouvir Leandro Almada da Costa, diretor de Inteligência da Polícia Federal, e Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo. As oitivas dos dois principais investigadores foram remarcadas várias vezes devido a falta de comparecimento nas sessões anteriores. Almada da Costa deve falar sobre operações e monitoramento de redes criminosas, enquanto Gakiya irá compartilhar suas experiências como um dos principais investigadores do PCC em São Paulo. Como líder da investigação, ele deve trazer à CPI informações estratégicas sobre a estruturação do PCC no estado, modos de atuação e articulação com outros grupos criminosos.
A ausência dos dois principais depoentes nas sessões anteriores deu uma impressão de lentidão à CPI, que enfrentou um cronograma acidentado, marcado por férias, reuniões concorrentes e debates paralelos no Congresso. No entanto, os senadores que integram o colegiado estão confiantes de que as oitivas de hoje contribuirão para a organização da linha de investigação e trarão luz para o combate eficaz às facções criminosas. A CPI tem 120 dias para concluir sua investigação, tempo que será útil para apurar a realidade das facções e identificar oportunidades para o combate à delinquência. Além disso, os senadores buscam compreender melhor as relações entre os grupos, sua expansão e os mecanismos de atuação que permitem que os criminosos mantinham seu poderio.
A reunião desta terça-feira é seguida de outra sessão importante na quarta-feira, 26 de novembro, quando serão ouvidos Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e Bruno Paes Manso, jornalista e pesquisador da Universidade de São Paulo. A CPI continuará a discutir os aspectos técnicos e os mecanismos de combate às facções, buscando uma compreensão mais profunda das atividades criminosas e identificar oportunidades para o combate ao crime organizado.