O presidente russo Vladimir Putin teria ordenado o ataque com a substância neurotóxica Novichok contra o ex-espião russo Sergei Skripal, que atuava na Inglaterra, em 2018. O caso ocorreu na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, e levou à hospitalização de Skripal e de sua filha Yulia, além da morte de uma mulher, Dawn Sturgess, quatro meses após a exposição ao veneno. O ataque foi realizado com uma substância altamente tóxica e difícil de identificar, que foi aplicada em uma garrafa de perfume falsificada.
Skripal, que teria vendido segredos do país para o Reino Unido, foi encontrado inconsciente em um banco público, junto com sua filha, após terem tido contato com o veneno ao tocarem na maçaneta da residência. A investigação sobre o caso, conduzida pelo ex-juiz da Suprema Corte do Reino Unido, Anthony Hughes, concluiu que as equipes oficiais russas tentaram assassinar o agente e que o nível de risco da operação só poderia ter sido autorizado pelo mais alto escalão russo, ou seja, pelo presidente em exercício Vladimir Putin. Além disso, os agentes que aplicaram o veneno descartaram a garrafa utilizada sem considerar o perigo, o que poderia ter causado a morte de milhares de pessoas.
A substância neurotóxica Novichok foi desenvolvida pela União Soviética entre as décadas de 1970 e 1980 e é considerada uma das armas químicas mais tóxicas e difíceis de identificar. A existência do veneno só foi revelada em 1990, quando o químico Vil Mirzayanov revelou o segredo à imprensa. Posteriormente, ele fugiu para os Estados Unidos, onde publicou a fórmula química em um livro. O governo britânico aplicou novas sanções contra a agência de inteligência da Rússia e convocou o embaixador para discutir o que classificaram como “uma campanha em curso de atividade hostil”. Três suspeitos russos foram formalmente acusados de envolvimento no caso.
A exposição ao veneno Novichok resultou na hospitalização de Skripal e sua filha, e na morte de Dawn Sturgess, que morreu quatro meses após a exposição. A investigação sobre o caso continua a ser realizada, e o governo britânico continua a impor sanções contra a Rússia em resposta ao ataque. O caso também levantou preocupações sobre a segurança de ex-espiões russos que vivem no Reino Unido e sobre a utilização de substâncias neurotóxicas como armas.