A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS rejeitou, em sessão realizada na quinta-feira, 4 de maio, o requerimento que solicitava a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para prestar depoimento ao colegiado. A decisão foi tomada por 19 votos a 12, rejeitando assim o pedido de comparecimento de Lulinha, como é conhecido o filho do presidente, para esclarecimentos sobre supostas irregularidades. O requerimento, apresentado pelo deputado federal Marcel van Hattem, do partido Novo-RS, apontava uma série de conexões que teriam ligação com o filho do presidente.

A questão central do requerimento era a existência de registros que apontavam uma possível sociedade entre Fábio Luís Lula da Silva e Ricardo Bimbo, dirigente do PT, que teria recebido repasses de uma empresa suspeita de integrar um esquema de descontos ilegais a aposentados. Além disso, o ex-contador da família, João Muniz Leite, teria recebido R$ 120 mil de Ricardo Bimbo. A CPMI argumentou que havia uma coincidência temporal entre os repasses feitos pela empresa ADS, os pagamentos realizados por Bimbo e o vínculo direto desse contador com Lulinha, o que foi considerado grave e necessitado de esclarecimentos imediatos. O requerimento também citava que Leite é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por suspeita de lavar dinheiro para o PCC. Atualmente, Lulinha reside na Espanha, onde atua na área de tecnologia.

A rejeição do requerimento reflete o contexto institucional e político do momento. Os governistas conseguiram maioria para rejeitar o pedido, demonstrando uma resistência à ampliação das investigações sobre possíveis conexões do filho do presidente com esquemas de irregularidades no INSS. A decisão da CPMI sugere que, por ora, não há elementos suficientes ou não há consenso para aprofundar as investigações sobre Fábio Luís Lula da Silva. No entanto, a discussão em torno do requerimento e a votação apertada indicam que o tema ainda pode ser objeto de debate e novas tentativas de investigação no futuro.

A investigação sobre supostas irregularidades no INSS e eventuais conexões com figuras de alto nível político continuam sendo objeto de apuração. A Polícia Federal ainda investiga a veracidade das informações que citam Fábio Luís Lula da Silva como sócio de um dos principais atores do esquema. A negativa de convocação de Lulinha para depor não encerra as discussões sobre o caso, que pode voltar à pauta em outros contextos ou instâncias de investigação.